Pernambuco

 

            Pernambuco se localiza no centro-leste da Região Nordeste do Brasil, com 187 km de litoral.

As cidades de Recife e Olinda, esta considerada patrimônio da humanidade pela Unesco, são as preferidas pelos turistas em época de carnaval. Em outros períodos do ano, Pernambuco também recebe milhares de pessoas: em junho, com as festas de São João de Caruaru, e durante a Semana Santa, com o espetáculo da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém.

            O estado continua sendo respeitável produtor de cana-de-açúcar, feijão e milho, e abriga, em Gravatá, o segundo maior pólo floricultor do Brasil. A fruticultura é outra atividade econômica em expansão, com grande produção de uva, manga, melancia e banana. Com solo rico em calcário e granito, ainda se destaca na extração de recursos minerais, sendo o primeiro produtor nordestino de água mineral e o terceiro nacional.

 

 

Fatos Históricos
 

            A capitania de Pernambuco foi entregue, em 1534, a Duarte Coelho Pereira, influente navegador e soldado,  português  filho bastardo de família nobre do Entre-Douro e Minho, que fundou IgarassuOlinda e Recife e iniciou a instalação dos primeiros engenhos de cana-de-açúcar. Durante o período colonial, a produção e exportação de açúcar trouxeram muita riqueza para a região, atraindo colonos europeus que construíram um dos mais ricos patrimônios arquitetônicos da época.

            A capitania de Pernambuco originalmente se estendia por 60 léguas entre o Rio Igaraçu e o Rio São Francisco, e era chamada Nova Lusitânia. Era responsável pela maior parte da produção de açúcar, o chamado ouro branco, na América e uma das capitanias mais florescentes.

            Durante o período colonial, por séculos a capitania de Pernambuco foi a de maior destaque do Brasil, devido ao cultivo da cana-de-açúcar. A importância e influência da então capitania ficou evidente já em meados de 1550, quando o governador-geral Tomé de Sousa fiscalizou todas as capitanias da colônia, exceto a de Pernambuco, por exigência de seu capitão donatário Duarte Coelho.

            Emm 1595, a já cobiçada capitania sofre um duro golpe. O corsário inglês James Lancaster toma o povoado do Recife de assalto e nele passa um mês saqueando as riquezas trazidas do interior. Zarpa com nada menos que quinze navios abarrotados pela pilhagem. Um dos maiores butins da história da pirataria.

 

 

O domínio holandês

 

            Em fevereiro de 1630 foi avistada no horizonte pernambucano a armada holandesa, cuja maior parte dirigiu-se para o norte da capitania por estar o porto do Recife bem guarnecido por fortificações e peças de artilharia. O desembarque deu-se na praia do Pau Amarelo. Uma débil resistência foi organizada na travessia de Rio Doce, porém logo derrotada pela superioridade numérica holandesa. Olinda também não opôs grandes contratempos. As parcas estruturas de defesa e a desorganização militar contribuíram para uma queda mais rápida das defesas portuguesas. Em seguida, dirigiram-se as tropas invasoras ao povoado do Recife, o qual oporia uma maior resistência devido aos já construídos fortes.

            Até 1654, a capitania ficou sob o domínio da WIC, passando por importantes transformações culturais, econômicas e sociais no governo do conde Maurício de Nassau. Olinda, por ser um ponto de difícil defesa, segundo a concepção holandesa, foi abandonada e incendiada pela tropa holandesa. A então vila do Recife ('Mauritsstad'), por ser um local baixo, de alagadiços e mais fácil para defender, segundo a concepção militar flamenga, passou a ser a sede do governo holandês na América, vivendo anos de prosperidade sob o comando de Nassau, ultrapassando Olinda em importância regional através da construção de pontes, escolas, obras de infra-estrutura e saneamento. Essa mudança de rumo do governo, passando de quase que unicamente exploração por Portugal para algo mais aproximado com uma colônia de povoamento, fez alguns colonos se rebelarem contra Portugal. Entre eles, temos o nome de Domingos Fernandes Calabar, que lutou contra a resistência portuguesa até o fim de sua vida.

 

 

Insurreição Pernambucana

 

            Em 15 de maio de 1645, reunidos no Engenho de São João, 18 líderes insurretos pernambucanos assinaram compromisso para lutar contra o domínio holandês na capitania. Com o acordo assinado, começa o contra-ataque à invasão holandesa. A primeira vitória importante dos insurretos se deu no Monte das Tabocas, (hoje localizada no município de Vitória de Santo Antão) onde 120111 insurretos mazombos munidos de armas de fogo, foices, paus e flechas derrotaram numa emboscada 1900 holandeses bem armados e bem treinados.

            O sucesso deu ao líder Antônio Dias Cardoso o apelido de Mestre das Emboscadas. Os holandeses que sobreviveram seguiram para as casas-forte, sendo novamente derrotado pela aliança dos mazombos, índios nativos e escravos negros. Recuaram novamente para as casas-forte do Cabo de Santo Agostinho, Pontal de Nazaré, Sirinhaém, Rio Formoso, Porto Calvo e Forte Maurício, sendo sucessivamente derrotados pelos insurretos. Por fim, Olinda foi recuperada pelos rebeldes. Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa que ficou conhecida como Nova Holanda, indo de Recife a Itamaracá, os invasores começaram a sofrer com a falta de alimentos, o que os levou a atacar plantações de mandioca nas vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. Em 24 de abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de Tejucupapoo, onde mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves expulsaram os invasores holandeses, humilhando-os definitivamente. Esse fato histórico consolidou-se como a primeira importante participação militar da mulher na defesa do território brasileiro.

            Em 19 de abril de 1648, os holandeses romperam o cerco, dirigindo-se para Cabo de Santo Agostinho. O local foi palco de duas importantes batalhas da história militar brasileira - as duas Batalhas dos Guararapes - a primeira ocorrendo assim que os invasores chegam ao local, e a segunda pouco menos de um ano mais tarde, em 19 de fevereiro de 1649. O destino dos invasores foi selado com a segunda Batalha dos Guararapes, porém os invasores permanecem cercados até 1654. No dia 20 de janeiro desse ano, foram penetradas as últimas defesas holandesas, forçando os invasores a assinar um tratado de rendição. Após 24 anos de dominação holandesa sobre Pernambuco, após 62100 horas de negociação, em 27 de janeiro de 1654 na Campina da Taborda, os holandeses se renderam incondicionalmente, entregando as 73 chaves da cidade maurícia aos insurrretos vitoriosos.

            Em 1630, com uma esquadra de setenta navios, os holandeses chegaram a Pernambuco, dominando, sem maiores problemas, Recife e Olinda, apesar dos preparativos de defesa efetuados por Matias de Albuquerque, governador de Pernambuco. O governador de Pernambuco, Matias de Albuquerque, afastou-se com o povo para o interior. Organizou-se a resistência entre Recife e Olinda num lugar por ele chamado Arraial do Bom Jesus. Matias Albuquerque ajudado por colonos e índios, consegui u resistir, usando o sistema de emboscada (ataques de surpresa). Esses foram denominados de Companhias de Emboscada. Apesar de os holandeses estarem mais bem armados e contarem com um contingente apreciável de soldados, a resistência luso-brasileira possuía a seu favor o fator surpresa aliado ao melhor conhecimento do terreno. Porém, essa situação se alterou com a passagem de Domingos Fernandes Calabar, que era conhecedor da região, para o lado holandês. Calabar foi uma peça de fundamental importância para os holandeses expandirem o seu domínio territorial no nordeste. O Arraial foi cercado durante seis meses pelos holandeses e Matias de Albuquerque fugiu para Alagoas. Ao passar em Porto Calvo, aprisionou Calabar, que foi enforcado. Pelo fato de ter sido derrotado, Matias foi preso para Portugal. Os ataques aos canaviais estavam prejudicando a produção de açúcar, e a Companhia das Índias Ocidentais estava perdendo dinheiro. A Companhia, então, indicou para governar os domínios holandeses no Brasil o conde João Maurício de Nassau-Siegen, que aqui permaneceu de 1637 a 1644.

 

 

Fontes:

www.pe.gov.br

www.pe_az.com.br

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco